A manifestação afro-brasileira "Roda de Capoeira" recebeu na manhã desta quarta-feira (26), por meio
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Considerada internacionalmente como uma prática
cultural multifacetada e multidimensional - que se manifesta como luta, dança,
esporte e arte -, a "Roda de Capoeira" teve a inscrição para
recebimento do título aprovada durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental
para a Salvaguarda, que é realizada na sede da Unesco, em Paris. O evento
começou na quarta-feira (24) e chega ao fim na sexta (28).
Com o recebimento do título, a "Roda de
Capoeira" se junta ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte
Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE), e ao Círio de Nazaré (PA), já
reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no Brasil.
Acompanharam o evento, a presidente do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado; a
Diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino;
além de capoeiristas brasileiros como os mestres Cobra Mansa, Pirta, Peter,
Paulão Kikongo, Sabiá e a Mestra Janja.
Em nota, a presidente do Iphan, Jurema Machado,
disse que a aprovação da inscrição irá promover o aumento da visibilidade
da Roda de Capoeira e de outros bens culturais relacionados aos movimentos de
luta contra a opressão, sobretudo àqueles pertencentes às comunidades
afrodescendentes. "A roda de capoeira expressa a história de resistência
negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seu reconhecimento como
patrimônio demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural
africana, que, no passado, foi reprimida e discriminada", disse Jurema
Machado.
Roda de Capoeira
Originada no século XVII, em pleno período escravista, a "Roda de Capoeira" desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. De acordo com o Iphan, a prática cultural é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, sendo praticada em mais de 160 países, em todos os continentes.
Originada no século XVII, em pleno período escravista, a "Roda de Capoeira" desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. De acordo com o Iphan, a prática cultural é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, sendo praticada em mais de 160 países, em todos os continentes.
A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de
Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em
2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro
de Registro dos Saberes, respectivamente.