Neste dia da Consciência Negra é
necessário fazer memória do movimento pela negritude em nossa região. Um
movimento que enquanto instituição sempre esbarrou na falta de compromisso,
interesse e também a pouca formação das pessoas, da falta de interesse do poder
público em criar os mecanismos de fomentação das políticas de promoção da
igualdade racial. Tudo ocasionado pela discriminação da raça negra e dos
elementos que a compõem, quais sejam, cultura, religião, técnicas, educação e
arte, o que impede a sua valorização.
Somente com a criação de políticas de
promoção da igualdade racial em 2003, em seguida fóruns e conferencias e até
atividades alusivas ao tema começamos de maneira mais forte a enfrentar o
debate sobre o racismo e as desigualdades que são fenômenos mais perversos,
muitas vezes velados na sociedade brasileira.
A partir de 2005 quando tomamos a
iniciativa de convidar os movimentos culturais e sociais e religiosos em nossa
cidade de Pindaré. começamos a percorrer um longo "Caminho para a igualdade"Após, tivemos o inicio de uma importante formação do Fórum da
negritude de Santa Inês, chegando a participação no Fórum intergovernamental em
Brasília.
Alguns avanços no campo
educacional, cultural e étnicos são constatados graças as Ações afirmativas,
como as tão necessárias cotas que inclui jovens negros nas faculdades, no
mercado de trabalho, na política e inclusão de quilombolas, a Lei 10639, ensino
afro, etc. Já no plano municipal as comemorações do DNCN, o ensino da capoeira
nas escolas, o debate e o Feriado do Dia da Consciência Negra são frutos da
nossa presença nessas iniciativas.
“A frase de que não precisamos de consciência
negra ou de qualquer natureza, precisamos de 365 dias de consciência humana.”
Outras pessoas, por sua vez, dizem que “não existem” racismo, desta forma, uma
alegada categoria de violências que poderiam ser supostamente cometidas contra
qualquer ser humano.
“Quem tem o
mínimo de conhecimento sobre opressões contra minorias políticas sabe que essa idéia
de “consciência humana” e a crença na “humanofobia” nada mais são do que uma
ausência de consciência empática e nega a ocorrência das agressões motivadas
por preconceito e dos crimes de ódio. Da mesma forma, segundo essa ideologia,
negros não são ofendidos nem esnobados por empresas em favor de brancos, seja
como clientes ou como candidatos a emprego. Desaparecem por completo as raízes
históricas de panoramas tradicionais de desigualdade social e discriminação
cultural. Quando dados estatísticos dão conta de que 10% de negros estão nas
universidades e 70% estão nas penitenciárias”
O que precisamos é valorizar a cultura e
a etnicidade dos afro descendentes, somos a maioria neste país que construímos
com sangue e suor. Falar em
"consciência humana" e não falar em consciência negra é negar o
flagelo da escravidão e consequentemente das desigualdades que ela impõem ao
povo negro.Este é o caminho...
Viva 20
de novembro, Viva a consciência negra!!!