O suíço Gianni Infantino acaba de ser
eleito (nesta sexta-feira), novo presidente da Fifa. Secretário-geral da Uefa
desde 2009, Infantino teve disputa acirrada nas urnas contra o xeque bahrenita
Salman Al Khalifa, que preside a Confederação Asiática de Futebol.
Suíço tem 45 anos e era braço
direito de Michel Platini na Uefa
A definição do novo presidente
ocorreu no 2º turno, realizado também nesta sexta, em Zurique.
Infantino havia levado a melhor
sobre Salman no 1º turno por uma margem pequena de votos (88 a 85). O
regulamento da Fifa estabelecia que só haveria 1 turno se um candidato tivesse
dois terços dos votos válidos, o que não ocorreu.
REUTERS/Arnd Wiegmann
Representantes de federações da
Fifa participam de votação para escolha do presidente da entidade
Para a segunda sessão de votação
secreta, venceria o candidato que alcançasse 104 ou mais votos (caso contrário
haveria um 3º turno). Infantino conseguiu 115 votos.
O xeque Salman foi o segundo mais
votado, com 88 votos no segundo turno. Os outros concorrentes foram o príncipe
jordaniano Ali Bin Al-Hussein (vice-presidente da Fifa), com 4 votos, e o
francês Jérôme Champagne (ex-secretário-geral adjunto da Fifa). O sul-africano
Tokyo Sexwale retirou sua candidatura minutos antes da primeira votação.
Infantino ganhou força no cenário
político do futebol no 2º semestre de 2015, após a derrocada de Michel Platini,
afastado da presidência da Uefa e do futebol por envolvimento em suborno com
Joseph Blatter. Infantino era braço direito de Platini. Com Platini caindo em
desgosto na bancada europeia, a Uefa depositou todas as fichas em seu
secretário-geral.
Infantino oficializou candidatura
à Fifa em outubro de 2015, sendo favorável a um rigoroso controle financeiro na
Fifa. O suíço defende o aumento de seleções participantes em Copas (quer 40
times, em vez de 32)
"As verbas da Fifa têm de
ser utilizadas para desenvolvimento do futebol. Para o futebol", frisou
Infantino, pouco antes da votação.
Ao todo, 207 federações tiveram
direito a votos. Infantino tinha ao seu lado os votos de grande parte da
Confederação da Europa (que teve direito a 53 votos), da Conmebol (10 votos) e
parte da Concacaf (direito a 35 votos).
No entanto, o xeque Salman contou
com os votos da bancada asiática na Fifa, composta por 46 federações. Além
disso, o candidato do Bahrein tinha a promessa de votos do maior colegiado da
Fifa: a África, com direito a 54 votos.
Cientes de que seriam os dois
candidatos principais, Salman e Infantino miraram o apoio da Oceania, um
continente que chegou ao pleito sem manifestar apoio a nenhum candidato e que
foi representada nas urnas por 10 federações.
A CBF foi representada na votação
por Ednaldo Rodrigues, presidente da Federação Baiana de Futebol.
Infantino e sua carreira na Uefa
Aos 45 anos, Infantino chegou à
Uefa em 2000. Ele ocupa o cargo de secretário-geral da Uefa desde outubro de
2009. Advogado e poliglota (fala inglês, francês, italiano, alemão e espanhol),
o novo presidente integra o Comitê de Reformas da Fifa.
Discreto, Infantino adota
discurso pacificador e democrático, evitando mudanças drásticas na Fifa.
O suíço prega renovação e
transparência da entidade após sucessivos escândalos, entende que as federações
precisam se reaproximar da Fifa, e quer incremento de recursos para o
desenvolvimento do futebol na África, Caribe e Oceania.
Reformas no estatuto da Fifa
Antes da votação, os
representantes da Fifa aprovaram a reforma do estatuto da entidade.
Entre as principais alterações
estão a transparência de salários de dirigentes, a exigência de uma maior
bancada feminina e o limite de três mandatos para presidentes.