segunda-feira, 27 de julho de 2015

MORRE PATRIARCA DA FAMILIA SALGADO


Faleceu na manhã de hoje o senhor Natalino Salgado, patriarca da família Salgado pai do ex-prefeito Henrique Salgado, Natalino Salgado Filho(UFMA) avô do Dr. Marcus Salgado. Com 95 anos de idade natural da cidade de Cururupú, o mesmo vinha internado no Hospital Universitário. Um dos maiores intelectuais do Maranhão. Foi coletor estadual e auditor fiscal (aposentado) da Receita Federal. Na política exerceu o cago de vereador e prefeito em Guimarães, região da baixada ocidental. Natalino nasceu no dia 25 de dezembro de 1919 e deixa 8 filhos, 16 netos e 18 bisnetos. Foi casado por toda a vida, com Ivete Salgado, que faleceu em 2013.O enterro acontecerá na tarde de hoje em São Luis. Trecho do Texto que fala das origens da família Salgado e homenageia o patriarca Natalino Salgado.

Dunas e saudade

Por Natalino Salgado Filho

Meu pai é quase um centenário. Em Cururupu, interior do estado, viveu seus verdes anos entre as reentrâncias, que é a forma de o mar beijar o continente na baixada ocidental do Maranhão. As dunas branquíssimas movediças desenham paisagens que se modificam de um dia para o outro. O oceano flui pelos milhares de igarapés marinhos que serpenteiam o mangue. As ilhas, centenas que se aglomeram como um enxame verde, estão marcadas tanto na vida de meu pai quanto na do povo da região. O ar, o vento e os cheiros que ele carrega impregnaram de tal forma a memória que, associada a uma infância livre e feliz, despertou em meu pai um pedido que para mim não foi de todo inesperado. Outro dia ele me disse: "Meu filho, antes de morrer, eu quero voltar à minha terra. Quero sentir de novo a areia da praia sob meus pés. Quero tocar aquele chão sagrado novamente".

O tempo não volta, é uma seta que corre para frente em uma velocidade estonteante e só nos damos conta depois que ele passa. A partir dessa ordem-desejo de meu pai, pude imaginar os lugares vinculados a lembranças que estão meio borradas, esmaecidas pelas muitas vidas em uma só que vivemos. Mas sei que basta uma única pisada na areia e sentir a sensação dos grãos afagarem a sola dos pés, para tudo voltar vivo e pulsante, como se o tempo tivesse aberto uma janela e pudéssemos espiar, sentir novamente emoções e ver a saudade se transformar na mesma alegria.

Por coincidência, esta semana o canal Globo News apresentou o documentário de Fernando Gabeira sobre a ilha dos Lençóis, talvez a mais mítica das ilhas maranhenses, localizada próximo à região de Cururupu. Histórias sobre suas areias e sua gente têm sido contadas há gerações
[...] Filho orgulhoso que sou de Cururupu, deixei-me levar pelo olhar atento do documentarista que gravou não só imagens bucólicas da região, mas também percebeu a vida cotidiana do lugar. Pescadores e suas frágeis embarcações que enfrentam a fúria do mar aberto com a mesma serenidade que navegam as línguas de mar que formam a gigantesca teia de vida feita de pássaros, peixes e mangues, com suas raízes que abrigam crustáceos, sustentam o chão lodoso contra as ondas. Ainda há fartura e as pessoas podem sobreviver com relativa tranquilidade, mesmo que os recursos mais modernos ainda não estejam de todo disponíveis. Neste aspecto, destaco uma iniciativa da Universidade Federal do Maranhão, que instalou geradores eólicos para a comunidade da ilha dos Lençóis, provendo uma melhor qualidade de vida com a energia limpa, renovável e gratuita.
[...]Gabeira não esqueceu e registrou a beleza e diversidade das manifestações folclóricas nos vários sotaques de boi - costa de mão, orquestra e zabumba. Sons que ecoam histórias e vivências ancestrais que ainda ali, na festividade popular, representam a identidade de um povo. O boi reflete a vida que corre na faina diária, mas de uma forma encantada, despreocupada, irreverente e que irmana a todos.[...]"Quanto ao pedido de meu pai, não sei se Deus me permitirá atender. Mas, com certeza, minha ligação com a baixada me impulsionará todos os dias de minha vida a não só desejar seu crescimento, como também me esforçar e trabalhar para que ela seja valorizada e sua gente reconhecida. E eu sei que, assim, também estarei sendo fiel ao coração de meu genitor."

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro da AML, do IHGM e da AMM

Publicado em O Estado do MA, em 20/07/2015

Marcus Salgado ao Lado do avô Natalino
As famílias de Pindaré e região se solidarizam e se juntam em preces, pedindo a Deus que dê forças a todos da família Salgado neste difícil momento de despedida de um ente tão querido. Fomos informados pelo seu neto Marcus Salgado, que também postou: 
Na madrugada de hoje faleceu meu querido avô Natalino Salgado”.



REALIZADA A PESQUISA PARA CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO DA OFERTA TURÍSTICA DE PINDARÉ

  Este inventário sobre a oferta turística no município faz parte do Plano de Ação do Departamento Municipal de Turismo.   A Equipe/Grupo d...